PERPÉTUO
(por Ivan Vagner Marcon)
...
Há tempos
numa
noite fria
teu
aroma insinuara-me
suspiros
e delírios por todo o corpo.
...
Meu
agosto:
Mês
em que como os cães vagara alucinada...
Que
me despertaras intransponível fogo...
Aquecia-me,
incendiara-me e fazia-me arder
em
excessos.
...
Sedenta
e desejosa...
(Como
só mulheres sozinhas conseguem ser)
aguardara
em exilada necessidade teu corpo...
Tua
melodia...
A
repovoar-me os poros e trazer-me novamente movimento e vida...
De
fora pra dentro...
...
Hoje
apenas lembranças dessa mera arquitetura humana.
Saudosa...
De
um silêncio fundo
e
peito farto de ausências.
Moldura
guardada e
abandonada
ao pó...
Entoando
esperas.
...
Perpétuos
terra,
céu
e mar silenciaram-se a teu respeito
(tanto
que testemunharam tua presença em mim)
e
atestam exangues meu exílio
de
sonhos e presenças.
...
Entre
meus ressequidos vãos
lanço-me
a preparar manhãs
mas
inundo-me de angústias
por
tantos “eu te amo”
ditos
aos ares.
...
Como
se tudo ao
Todo
dissesse
mas
a ninguém fosse...
Como
esta lágrima que pende
e
apenas minha sobra fosse...
...
Como
um espelho vazado, vazio e embaçado...
Sem
imagem,
reflexo
ou
presença.
...
A Tua.
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