segunda-feira, 29 de outubro de 2012

A Graça de Deus (por Elineu Rosa Tomé, para o 1º FLIPORTO)


A Graça de Deus
(por Elineu Rosa Tomé, para o 1º FLIPORTO)



A Graça de Deus é um lugar...
Pavilhão, recôndito, torre;
Refúgio, espaço.
Nele, sou eu Nele.
Dele.

Na Graça há largueza
Rebentando fruto imerecido
Abundante ventre fecundo
Parindo em amor
Incondicional...

É na Graça o telhado
Alpendre da acolhida
Teto do acalanto
Inviolável.
Protegido, descanse!

È na Graça a luz
Iluminando o confuso,
Sem fadiga no fardo, sem peso no jugo.
Nessa Graça que é de graça
Inefável.

sábado, 27 de outubro de 2012

Subdeus (por José Eduardo "JEB" Bertoncello)


Subdeus
(por José Eduardo "JEB" Bertoncello)




Eu sou o Autor
Sou o dono da folha à Minha frente
Ela está em branco, nada possui
E cabe a Mim decidir sobre isso.
Eu inicio a criação, então.
No universo vazio Eu escrevo e desenho
A Minha Palavra.
Dentro de seus limites, Eu crio.
Eu imagino, e isso se reflete lá.

Decido por um personagem
Dou-lhe aparência, passado e futuro
Defino como esse ser é, foi e será
Eu o crio ao longo do tempo e espaço
Dou-lhe nascimento e, quiçá, morte
E um nome.
Eu sou seu Pai e Mãe.

Eu crio mundos;
Eu o cerco de existência.
Ele habita Minhas decisões
Eu imagino terra, ar e água
Eu ilumino tudo com fogo
E ele vê, aprecia Minha obra
Ele está onde quero
Ele perceberá o que Eu quiser

Eu olho tudo o que gerei de cima
Pairo sobre Minha Palavra semeada
Sustentada no mar branco
Eu observo a forma que Meu Ser gerou
Eu contemplo esse microuniverso
A Mim cabe continuar, parar
Ou findar tudo.

Posso esmagar essa criação!
Está em Minhas Mãos!
Posso decidir pelo fim!
Posso ser cruel!
Posso decidir sobre esse universo e as existências nele!

Eu criei passado, presente e futuro
Criei matéria, criei vida
Eu criei seres e sou Eu que os faço viver
Eu lhes dei nome e, por meio de Mim,
Eles podem agir e sentir.
Seus pensamentos existirão, por meio dos Meus
Minha Vida lhes dá vida
Eu sonho seu mundo!
Minhas Decisões os sustentam;
Em Minha morte... eles morreriam comigo.

(a imagem é uma cena do episódio "Once and Future Thing - Part Two", de Liga da Justiça Sem Limites)

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Versos Monçoeiros (por Willians Boves - 1º lugar no FLIPORTO 2012)


Versos Monçoeiros
(por Willians Boves - 1º lugar no FLIPORTO 2012)



Almeida Júnior - Estudo da Partida da Monção, 1897

Sob a abóboda celestial que no horizonte esmaecia,
Aos homens a terra despiu-se em dourado fulgor,
Aos seus mais altos ideais jus fazia,
A vidas inglórias prometeu doce sabor.

Resplandecer dourado de frágil esperança,
Dos homens a cobiça avivou,
Objeto da mais vil ganância,
Para o poente os olhares desviou.

Torrentes em silêncio fluíam,
Como em escárnio, em mentirosa placidez,
Impensáveis suplícios mascaravam,
Bem como da obstinação humana zombavam,
Mas que desdenhavam, caso subjugadas fossem.

E das torrentes os homens fizeram caminho,
Que em tosco fundeadouro principiava,
Donde altivez alpestre em eminência se elevava,
Testemunha silenciosa de vidas ao poente lançadas.

Quão majestoso vale, brilhante em tons esmeraldas,
Vivenda de árvores alegres, outeiros que se justapunham,
Quais proveram as viaturas, que ao poente rumariam,
E com as torrentes, desiguais contendas travariam.

Qual ácido a corroer o ser - o pesar das despedidas,
Pois nada se podia antever - na iminência das partidas,
A Deus, súplicas de homens aos quais coragem Deus concedeu, pois ao poente,
Tudo para trás deixar-se-ia.

Avaremanduava, Itagaçava, Avanhandava!
Bracaé, Itupeva, Itapura!
Jupiá, Caijurú, Curaó!
Paiaguá, Guaicuru, Caiapó!

"Por torrentes safiras de lágrimas ousamos navegar,
De rubro manchamos as riquezas d'além-mar,
Muitos sobrevivemos apenas nos sonhos de nossos filhos, pois nossas vidas,
Nas torrentes deixamos escapar.
Oh, ambição nossa, levaste-nos a que, afinal?
Apenas as fronteiras da pátria - para longe... escorraçar?"

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Um segredo (por Samanta Holtz)


Um segredo
(por Samanta Holtz)



Que reflexo misterioso guarda o brilho dos olhos?
Quantos sonhos e desejos não ficaram ali calados
Na esperança, simplesmente, de serem realizados...

Quantas palavras não são ditas no silêncio de um olhar?
Quantas frases interrompidas nunca chegaram a se completar
Escurecendo sua verdade no esquecimento das palavras não ditas...

Quantos caminhos não guardam destroços de um coração partido?
Quantas histórias não escondem o despertar de um amor proibido?

Quantas pessoas se enroscam nas vidas umas das outras
Sem saberem desfazer os nós.
Quantos outros os desfazem por descuido.
Quantos outros se refazem por si só.

Que verdade se esconde por trás de cada mentira?
Que mentira se esconde por trás de cada verdade?
Haverá uma verdade? Haverá uma mentira?
Quais serão os segredos do roteiro do teatro da vida?

Quantos corações já se alegraram em vão...
Quantas vezes aceleraram por uma grande ilusão!
E quantos deles se esquivaram do seu próprio caminho...
Deixaram pra trás o que seria a sua história,
Um futuro sacrificado num presente sem memória.

...

Não há o que mais se explicar.
São verdades que aprendemos cedo.
Para tanto, no entanto, há apenas um mal a aniquilar:
O medo.

Retire-o de cada uma dessas frases...
E eis um pequeno segredo.

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Perfeição (por Carlos Sergio de Oliveira)


Perfeição
(por Carlos Sergio de Oliveira)




Hoje sou um visitante deste seu coração.
Sei que deve haver algo além
Destes seus olhos tristonhos e arredios
Que não aceitam a minha presença.
Alguma vez fomos amigos,
Noutras nos amamos como jovens que éramos
E hoje há uma estranheza tão natural em nosso olhar.
Parece que brotou a indiferença onde semeamos juras de amor.
Não sei se fui eu ou se foi você quem errou,
Mas isso não importa,
Pois parece que algumas coisas nascem para não vingar,
E se vingam não duram ,
E se duram não deixam saudade,
E se deixam saudade 
São logo esquecidas,
E se esquecidas

Morrem.

Isso!
Talvez seja isso.
Nosso amor morreu.
Jaz agora naquela montoeira de coisas que ele significou.
Nosso amor está lá
No cheiro que faz lembrar,
Na lembrança que faz chorar,
No choro que faz escrever cartas,
Nas cartas que são de verdade
E provam que ele existiu.


Será que ele existe 
Então em alguma destas missivas?
Se esse amor transcendeu nossas almas
E fez eterno no lapso de nossa existência
Poderemos ressuscitá-lo.


Melhor não!
Achas-me tão chato.
Não sei se te gosto.
Somos dois imperfeitos.
Não.
Não diga nada.
Também calar-me-ei.
Fiquemos emudecidos
Enquanto o silêncio faz sua argumentação
Nossos olhares se cruzam
E  o amor volta a estar.

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Tempos outros (por Évora Reis Wyatt, para o 1º FLIPORTO)


Tempos outros
(por Évora Reis Wyatt, para o 1º FLIPORTO)




Tempos outros

Para a areia movediça da ilusão.

O caminhar, agora, se apresenta firme.

Um sentimento sublime se apossa do meu peito.

Um sutil formigar lentamente inunda meus sentidos, meu corpo.

Os olhos fechados se abrem e percebem uma nova atmosfera, tão curiosa e singela que me assusta.

Com o tudo que percebo, quase que embriagada de magia, me entrego!

Tento então compreender o movimento que se apresenta no momento,

Agora.

Reparando...

Gradativamente vivencio sensações nunca antes conhecidas, me delicio com elas...

Percebo a diluição da penosa caminhada que por tanto tempo viemos traçando.

É permitido a nós abandonar as velhas formas.

Assim mesmo!! De repente.

Tudo simples, claro.

É tempo de Renovação.

Se apresenta o Despertar.

É Chegada

A Nova ERA.

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

INSCRIÇÕES PARA O FLIPORTO PRORROGADAS!


ATENÇÃO: AS INSCRIÇÕES PARA O FLIPORTO FORAM PRORROGADAS!!!
VOCÊ AINDA PODE SE INSCREVER!!!

NOVA DATA DE ENCERRAMENTO:
10 DE OUTUBRO DE 2012

as inScrições são feitas
na biblioteca municipal de porto feliz
e na casa da cultura