domingo, 30 de setembro de 2012

A Águia Que Vive Como Galinha Leu O Livro "A Águia E A Galinha" (por José Eduardo Bertoncello)



A Águia Que Vive Como Galinha
Leu O Livro "A Águia E A Galinha"
(por José Eduardo Bertoncello)


Ela agora sabe que é uma águia.



     O livro "A Águia E A Galinha" de Leonardo Boff, trata de uma parábola para uma terrível condição humanda: a de viver sendo menos do que você pode ser.
Resumo básico: Uma águia acaba sendo criada com galinha e vive como tal, até que um naturalista investe nela, para que retome sua condição natural, de ave de rapina. Boff usa essa historieta para falar de aspectos psicológicos e filosóficos de viver sendo menos do que seu potencial permite.
     A águia da história, por azar, acaba sendo programada para viver como galinha. A águia tem potencial para ser águia, mas não sabe usá-lo, nem sabe que o tem. Vive de um modo que não faz pleno uso dele. É como um carro de corrida indo bem devagar, numa velocidade inferior a que pode atingir.
     Não é culpa de ninguém, não há um inimigo a enfrentar, do qual possa se libertar e depois se vingar. Não é uma história de Conde De Monte Cristo. O que lhe aconteceu foi acidental.
     A águia vê semelhantes fazendo coisas diferentes do que ela faz e obtendo coisas diferentes do que ela tem. Ela sente algo, ela se interessa por aquelas ações e resultados novos. Ela admira seus semelhantes, ela os inveja. Ela quer o que eles fazem e tem. Não apenas por inveja, mas porque ela tem um direito natural a ser como eles.
     É uma parábola, uma metáfora. A águia vivendo como galinha é o ser humano vivendo com sub-humano. É o homem vivendo uma vida inferior àquela que pode viver, uma vida mais tediosa, mais difícil, mais pobre.
     Uma pessoa vive como galinha (uma vida menor) e pode nem mesmo perceber que é totalmente igual a pessoas que vivem como águias (vidas entusiasmantes, plenas, ricas, cheias de amor, de arte e de realização). Pode nem perceber que é tão capaz quanto elas. Nunca fez uso das suas habilidades máximas que seu potencial permite. E foi programada para viver de outro jeito, com muito menos, para viver como uma galinha.
     Imaginemos que a águia-galinha lê o livro "A Águia E A Galinha", de Leonardo Boff. Ela chega a algumas conclusões, pelo menos em nível intelectual.
     Ela é uma águia e não uma galinha. Está vivendo, portanto, de forma errada.
     Ela é uma águia igual àquelas que viu, que admirou. Pode e quer fazer tudo o que elas fazem, ter tudo o que elas têm.
     Ela é uma águia e deve viver como uma águia. Se optar por continuar a viver como galinha, estará sendo covarde ou idiota ou louca.
     Ela agora sabe que é uma águia. Sabe do que é capaz.
     Essa águia é você, caro leitor. Mesmo que não tenha lido o livro, você leu o meu texto. Agora, você sabe. Você é uma águia vivendo como galinha, é um ser humano tão talentoso potencialmente quanto os maiores entre nós, vivos ou mortos. Tem o potencial para ser um Einstein, um Da Vinci, um Phelps, um Bolt.
     Qualquer pressão para que a águia viva como uma galinha é prejudicial a ela. Ou vem de tolos que não a veem como tal, não enxergam sua natureza... Ou vem de inimigos que desejam privá-la de seus poderes e sucesso por algum motivo egoísta (sadismo, inveja, escravidão). E todos sabemos que há muitos assim, que para garantirem sua superioridade procuram sabotar os outros, que consideram a concorrência, prendendo-os numa inferioridade artificial.
Porém, o fato de alguns não a reconhecerem como águia, de tentarem declará-la uma galinha, não muda sua natureza.
     Ser menos do que você pode ser é a mais terrível de todas as tragédias. Sei disso porque faço parte da humanidade que a vive. Por isso, numa compaixão por quem me lê, digo: Leia o livro de Boff e outros livros assim. Pelo menos, irmãos e irmãs, pensem no assunto, sintam o calafrio da verdade e o ímpeto de se transformar:
A MAIORIA DE NÓS VIVE SENDO MENOS DO QUE PODE SER. VOCÊ É UMA ÁGUIA, CARO LEITOR!


Confira o site dos autores dessa tirinha inspiradora: http://10paezinhos.blog.uol.com.br/

sábado, 29 de setembro de 2012

VIVÊNCIAS (por Maristela Rodrigues)


VIVÊNCIAS
(por Maristela Rodrigues)



     As experiências que tive na minha vida me revelaram o que sou hoje. Tudo que passamos e vivemos sempre nos
acrescenta algo e aumenta nossa vida; pois, vida é aprendizado, reconhecimento de si mesmo, formação de interiores.
A cada experiência vivida nos tornamos isso ou aquilo... Isso que escolhemos ou aquilo que é o reflexo do que vivemos.

     Tomamos nossas decisões ao decifrarmos nas entrelinhas o que a vida nos ensina. Essas vivências podem servir de
relatos e bases para aqueles que ainda não tiveram muitas vivências. Esses, quando viverem poderão sofrer, chorar e
até se decepcionar...

     Mas, é assim que a vida vai retratar. Ela vai falar, vai calar, vai machucar e vai até amar...

     Acho que já tive muitas vivências, de todas as maneiras: decepção, perda mortal, depressão, etc. e tal...

     Com isso, sou o que sou: um dia mãe, outro, porém filha... um dia mulher, outro menina.

     Vou agregando experiências e vivendo momentos que jamais voltarão ou se repetirão, apenas se transformarão...

     Transformação, essa é a palavra que retrata toda minha vida e, acho que a sua também. Nos transformamos para poder viver e até, sobreviver. Faço das palavras do cantor Lulu Santos, minhas palavras: “Assim caminha a humanidade,... e ainda vai levar um tempo para fechar o que feriu por dentro..., não vou dizer que foi ruim, também não foi tão bom assim... Não imagine que te quero mal, apenas não te quero mais...”

     Quero sim vida, experiências novas, novas vivências para continuar a TRANSFORMAR e assim poder caminhar...

(Maristela Rodrigues)
maio/2012

TRANSFORMAÇÃO (por Maristela Rodrigues)


TRANSFORMAÇÃO
(por Maristela Rodrigues)




Alegria descontente, entusiasmo aparente,
É assim que se sente...
Aquele filho persistente.
Mantém a luta incessante,
Buscando sempre avante...
Enfrentando um sistema intrigante.
Mas o tempo vai passando...
E o filho vai cansando...
E os pontos entregando.
Só pedindo ao nosso Pai,
Que a humanidade abençoai.
Para que o Amor Divino,
Chegue aos olhos do menino.
E que possa encontrar o que procura...
Depois daquela vida dura,
Pessoas sem armadura.
Com amor no coração,
A vida não será em vão.
E novos filhos virão,
Após a TRANSFORMAÇÃO.
Quem sabe, mais felizes...
Quem sabe, serão matrizes
De uma nova geração,
Com muito mais educação.

(Maristela Rodrigues)
maio/2012

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Transformações (por Nilson Araujo)


Transformações
(por Nilson Araujo)



No meu jarro não tem água
No meu cesto não tem pão
Se estendo-te a mão

O olhar me é desviado

Na noite fria e escura
Nem os cães me farejam,
A cítara sem cordas
Reforça a chama da fogueira
E os pés descalços
Se recolhem com o vento

No deserto habitam miragens...
...alguns sonhos...
E a minha realidade.
Existe um lado escuro na lua
Existe um buraco-negro no céu...
...existem coisas, o que pensar?

No despontar da aurora
Pessoas vão e vem
Como a brisa que passa,
No sentido de suas horas,
Sem saber do seu fim.

Uma moeda me é jogada
E ao olhar para o alto
Vejo o fundo do poço
E do copo ainda meio cheio
Resgato o otimismo
E do seu lado meio vazio
Transformo água em vinho.

Medos Bizarros (por Sonia Belon)


Medos Bizarros
(por Sonia Belon)



Eu não soube responder de imediato ao aluno que me perguntara o significado de “Triscaidecafobia” — termo que ele encontrara logo no início da crônica de Luis Fernando Veríssimo.
Triscaidecafobia??? Não... Eu não conhecia essa palavra.
Eu sabia que fobia significa medo...
Deca é dez....
 Mas...  e Triscai?
Definitivamente não. Eu não tinha nem idéia do que fosse triscaidecafobia...
Foi preciso continuar a leitura para que entendêssemos que o autor estava se referindo ao “medo do número 13”.
Estranhei o argumento. Pensei comigo: “Mas que bobagem é essa??? Isso lá existe? Eu nunca ouvi falar em tal medo... E olha que, de medo, eu entendo muito bem!”
Imaginei que meu cronista favorito faria melhor se contasse a história de gente que tem medo de altura (acrofobia), de viajar de avião (aerofobia), de casamento (gamofobia)... Medos esses até que compreensíveis; afinal, a pessoa pode ficar machucada se cair da escada, ou morrer se o avião despencar , ou endoidecer se o casamento não der certo. Mas medo de um número ...? Que medo mais bobo e descabido! Que absurdo!
Mas, de repente, caí em mim... Peraí!  Quem sou eu para achar alguma fobia absurda!
Logo eu morro de medo de escuro (nictofobia) e de lugares fechados (claustrofobia)!  Quer medos mais descabidos que esses?
A partir daí fui me lembrando de outros medos bobos. Como o da minha amiga Rita, por exemplo.  Quando menina ela tinha verdadeiro pavor de...penas!  Pode???  Pode.
         Certa vez, sem saber, eu supliciei essa colega de 5º ano, levando para a sala de aula uma pena de uns 20 cm em que adaptei um grafite. Ao escrever com essa improvisada lapiseira eu me via parecida com a imagem de São Bento, com uma linda pena em punho, redigindo as regras da Ordem. E tão contente eu estava, que nem percebi que, na carteira do lado, a Rita fungava, suava e tremia feito vara-verde diante daquilo que para os outros colegas era apenas um inofensivo objeto, mas que para ela parecia um monstro a ameaçar-lhe a existência.
         Lembrei-me ainda do medo de chuva que tanto fez sofrer uma querida tia. Nem bem uma nuvenzinha tímida acinzentava o azul do céu, e Tia Candinha se punha de joelhos implorando a Deus que levasse para bem longe aquele “temporal terrível”. Numa noite, quando chovia torrencialmente e a tia Candinha chorava a cântaros, meu avô levou- a para o quintal e fechou-lhe a porta na cara, esperando que a filha — menina de uns 11 anos — enfrentasse sua fobia. Ah, que remédio amargo e inútil! Tia Candinha gritava e esmurrava a porta num desespero tamanho que parecia estar sendo perseguida por um leão faminto...
         Ela nunca se libertou da fobia. Mesmo quando, já adulta ,debruçava-se na janela do 19º andar , viajava de avião, nadava nas águas barulhentas do rio que cortava o sítio e encarava a violência da cidade grande , ela continuava a ter esse medo comparativamente tão descabido.
         Mas além da Rita e da Tia Candinha, conheço muitas outras pessoas com fobias.      
         A Paula e a Bianca, por exemplo, têm medo de cachorro, até mesmo de filhotinho de poodle.  A Luciana e a Verinha têm medo de baratas e a  Rose, de lagartas — dessas que aparecem em coqueiros de jardim.  O Pedrinho tem pavor de passar debaixo de escadas. A Jane tem medo  de subir as escadas dos prédios enquanto a Iná tem medo de elevadores.  A Nádia e o Benedito têm medo de falar em público. A Lívia tem  medo de injeção;   a Margarida, de hospital e o Ariovaldo, de cemitério.  A Lia, a Cida e a Alessandra têm  medo de rãs e sapos enquanto a Ângela treme diante de qualquer  inseto voador. O Roberto e a Cinira têm medo de micróbios. A Fátima e o Anderson— como eu — têm medo de escuro.  O falecido Betão tinha medo de isopor.  A Elisa, a Gisele, a Janaína, o Paulinho e a Simone têm medo de dirigir.  A Edna tem medo de galinha e a Talita de lagartixa....
         Só não conheço mesmo é gente com medo do número treze...




quinta-feira, 6 de setembro de 2012

1º FLIPORTO - Resumo do Regulamento

1º FLIPORTO - Resumo do Regulamento

Para ler e baixar, clique sobre a imagem:

Dizendo francamente (por Évora Reis Wyatt)


Dizendo francamente(por Évora Reis Wyatt)



Olha aqui, Sr. Medo ! Dá lincença deu falar:
Eu me nego a aceitar sua atuação.
Não venhas cochichar-me que ando em contra mão.
Vou bem te dizer uma coisa; tu, que te achas tão esperto e forte, já devia ter percebido que eu almejo a conquista, Meu Querido!
Tanto quero me realizar que todas as vezes que vier me visitar irei te superar...
Nessa nossa jogatina de xadrez...
 onde tentas me por em xeque toda vez.

Évora Reis Wyatt

terça-feira, 4 de setembro de 2012


1º FLIPORTO
1º FESTIVAL LITERÁRIO DE PORTO FELIZ



INSCRIÇÕES: DE 04 DE SETEMBRO A 05 DE OUTUBRO DE 2012
REGULAMENTO

1-  OBJETIVO
1.1-       O 1º Festival Literário de Porto Feliz – FLIPORTO, promovido pelo GRUPO SARAU NA CASA com o apoio da Prefeitura Municipal de Porto Feliz, tem por objetivo incentivar, ressaltar e valorizar o desenvolvimento da criação literária na expressão POESIA e promover a revelação de poetas portofelicenses.

2-  INSCRIÇÃO

As poesias poderão ser inscritas mediante o cumprimento das seguintes exigências:

2.1 – Cada participante poderá se inscrever com apenas 1 (uma) poesia original e inédita de autoria própria (NÃO SERÃO PERMITIDAS POESIAS IDENTIFICADAS COM O NOME DE REGISTRO DO AUTOR, POESIAS PLAGIADAS OU IDENTIFICADAS PELOS JURADOS COMO PLÁGIO/ CÓPIAS DE POESIAS PUBLICADAS EM INTERNET, LIVROS OU DE CRIAÇÃO ESCRITA, NÃO CONDIZENTE COM A FAIXA ETÁRIA DO AUTOR).
2.2 – O concurso é aberto a poetas que residam na cidade de Porto Feliz ou estudantes com mais de 14 (quatorze) anos que estejam matriculados em escolas do município de Porto Feliz (ano letivo de 2012).
2.3 – Serão selecionados com indicação para premiação 20 (vinte) poesias.
2.4 – O limite para cada poesia é de 2 (duas) páginas.
2.5 – Os interessados poderão participar gratuitamente, encaminhando 5 (cinco) cópias de uma poesia, original, inédita, em português, de sua própria autoria, com tema livre, redigidos em folha A4, em um só lado do papel, corpo 12, espaço 1,5 (entrelinhas) e fonte Times ou Arial.
2.6 – Cada poesia deverá ser identificada apenas pelo título e pseudônimo do autor.
2.7 – Em envelope anexo, LACRADO, o candidato deverá encaminhar a ficha de inscrição devidamente preenchida, contendo os dados do autor: Idade, nome completo, pseudônimo, endereço completo, inclusive o CEP, telefone para contato, RG, CPF, profissão, grau de escolaridade, breve currículo na área literária (se houver) e o título do trabalho inscrito.
2.8 – Por fora do envelope, identificar apenas com o pseudônimo e título do trabalho.
2.9 – Caso seja selecionado, o autor inscrito poderá interpretar seu trabalho no dia da apresentação/premiação ou indicar seu intérprete. Caso não tenha nenhuma indicação a fazer, deverá autorizar a organização a selecionar alguém para tanto no dia da apresentação/premiação.
2.10 – Todos os trabalhos inscritos, selecionados ou não, não serão devolvidos, estes serão arquivados na Biblioteca Pública Municipal “Cesário Motta Júnior”.
2.11 – A inscrição é gratuita.
2.12 – Os trabalhos inscritos selecionados ou não, em nenhum momento poderão ser utilizados para fins comerciais, podem ser utilizados apenas para exibição e divulgação culturais, observados e divulgados sempre com o crédito de cada autor.

3 – PERÍODO PARA INSCRIÇÕES

INSCRIÇÕES: de 04 de Setembro de 2012 a 05 de Outubro de 2012
LOCAL: Casa da Cultura e Biblioteca Pública Municipal

4 – SELEÇÃO E PREMIAÇÃO

4.1 – O Grupo Sarau na Casa constituirá para fins de julgamento e pontuações, comissão de júri que será composta por 03 (três) profissionais de notório reconhecimento artístico e cultural.
4.2 – Cabe à comissão de júri da categoria Composição a análise e a pontuação dos 20 (vinte) trabalhos indicados da categoria Composição e o desempate se for necessário.

5 – PREMIAÇÃO

5.1 – As 20 (vinte) poesias selecionadas para o 1º Festival de Poesias de Porto Feliz serão interpretadas no 8º SARAU NA CASA no dia 25 de Outubro de 2012.
5.2 – A cerimônia de premiação do FLIPORTO terá início às 20 horas, na Casa da Cultura.
5.3 – As 20 (vinte) poesias concorrem entre si à premiação de 1º, 2º e 3º lugares do 1º Festival Literário de Porto Feliz – FLIPORTO.
PRÊMIOS:
Serão entregues Troféus.
.  1º Festival Literário de Porto Feliz – FLIPORTO aos 3 (três) primeiros classificados na Categoria Composição.
.  Certificado de Menção Honrosa do 4º ao 20º colocado.

6 – DISPOSIÇÕES GERAIS

O interessado, no ato da inscrição no 1º Festival Literário de Porto Feliz – FLIPORTO confirma a aceitação plena de todos os itens deste Regulamento.
6.1 – A decisão do júri é irrecorrível e a ela não caberão recursos;
6.2 – Casos de plágio levarão à desclassificação sumária;
6.3 – Os casos omissos neste regulamento serão resolvidos pela Comissão Organizadora.

                                                          03 de Setembro de 2012. 

SOBRE O MEDO (por Ivan Vagner Marcon, de Cerquilho)


SOBRE O MEDO

(por Ivan Vagner Marcon, de Cerquilho)


I


Peço apenas que ao menos uma entidade
Se pronuncie aos meus olhos...
Cansado que estou desta dor adentrando-me os restos
e sobras...

Vãos,
bermas,
cantos e sarjetas
repletas de mim.

Perceber na vida outros espelhos…
(e não deixar de encará-los)...
Quem sabe até voltar a sorrir...
Semear novas reflexões e outros insights.
Confiar nos caminho e abrir-me a outras narrativas.
(Re) ligar-me.

II

Hoje nada me é eco
Nada me vaza.
Apenas um esquecimento
perseguindo meus poucos vestígios...

Como uma foto a desbotar nas gavetas...
Como esta cicatriz tatuada na pele...
Como o tempo erodindo os ladrilhos...
Como mil espelhos partidos me adentrando o ventre...
Como o saber de outros horizontes a florir outros castelos...
E não lhes poder habitar.

III

Solidão é medo.

Medo
Que paralisa
freia
consome
e tolhe...
Um nada poder fazer.

Vida metade breu...
Metade cinza.

IV

Vida recolhida...
Simples engrenagem oxidada do destino.
E nada mais...

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Confira também o blog do poeta:  Diversos Possíveis