PÉTALAS
(MENINICES EM CERQUILHO)
(Por Ivan Vagner Marcon)
Trago em mim uma saudade:
Um vazio palpável que me persegue...
Saudade de tuas casas hoje em demolição
Das fotos desbotadas e das ovelhas coloridas...
Das charretes... Dos trens de tua estação...
De tantas chegadas... E outras tantas partidas.
Saudade é uma ausência
que um dia do passado rompe...
Saudade de meus tombos dos galhos de tuas goiabeiras...
Do céu de pipas... Do içá em teu vermelho chão
Saudade até daquelas velhas benzedeiras
Curando o quebranto com palito e carvão.
Saudade é uma chama que queima o peito e
nada aquece...
Saudade do bebedouro de cavalos de tua extensa avenida
E a falta (tanta) daquela tua paineira em flor...
Saudade da cancela e de tua antiga rodoviária
De nossa meninice...De nosso certo “interior”.
Saudade ao contrário do tempo é uma coisa que dá
e não passa...
Saudade das ruas e até de meu joelho ralado
De cada professora... Daquela nossa pouca idade
Saudade dos meus pés descalços naquele meu “cercado”
Que de concreto... Só me deixou a saudade.
Na memória resguardo cada uma de tuas rosas que desvaneceram
Mas ainda confiante em tuas sementes...
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