O RIO
TIETÊ E A PAIXÃO
Do rio Tietê vamos falar e não podemos nos calar, frente a
essa calamidade. É tão grande a barbaridade que, só o falar da atrocidade, já
requer especialidade.
São Paulo, terra da etiqueta, terceira maior do planeta, é
cidade que preocupa. Se no Tietê são despejados, materiais envenenados, também
vivemos na garupa.
Todos vivemos assustados, dificilmente são multados,
causadores de sofrimentos! São industrias organizadas, construídas e
inauguradas, com seus fartos investimentos.
Acham que o Tietê, fascinante, é solução ao fabricante, com
resíduos poluentes. São sinistros os tais despachos, lotam córregos e riachos,
também dos grandes afluentes!
Políticos emperrados, parecendo até amarrados, continuam no
velho engano! É a paixão...é no mundo inteiro, onde corre muito dinheiro, não
há olhares para o dano.
Servidores apaixonados, nos seus ofícios lesados, sentem de
perto essa desgraça. A ganância e a paixão, andam juntos na escuridão,
procurando droga e cachaça.
O poder, entregue a lembrança, na apaixonante segurança,
tem os assessores fiéis. Dispensa a idéia contrária, contrata a boa secretária
e discute os atos cruéis.
O ser humano, erroneamente, com seu instinto delinqüente,
confunde amor com paixão. Embora o dinheiro no cofre, a pobre alma diz que
sofre,mas, não sabe qual a razão.
A paixão é fogo de palha, a criatura se avacalha, pelas
vibrações violentas. Formam um verdadeiro forno e ficam girando em torno, com
bactérias nojentas.
Toda maldade que se acata, u, dia será chibata, que o tempo
nos reservou. Hoje o Tietê poluído, revela aquele amor fingido, tudo o que era
bom se acabou.
Lembramos pessoas largadas, tremendamente amarguradas,
peixe com gosto de amoníaco e até o nosso matadouro, onde o espelho d’água era
ouro, tornou-se um espaço satírico.
Podem ver, onde existe empresa, existe uma certa beleza,
mas, esse jogo é por tabela. A tubulação ninguém vê, a podridão vai ao Tietê,
com todo o sigilo e cautela.
É com cultura e com saber, que procuramos entender, as
doenças e as tristezas. Não é com paixão ou com mágoa, que se prepara as cargas
d’água para efetuar as limpezas.
Com amor, tudo é possível, porém, a paixão é terrível, não
há justiça nem direito. Todos devemos aprender, que a lei da vida é o dever,
toda a causa tem um efeito.
Ou por amor ou pela dor, com o chicote ou com a flor, a lei
do progresso vigora. Eterna, essa lei divina, consciencialmente ensina, para o
futuro ou para agora.
Porém, há governo que entende, o bom caboclo se arrepende e
cada um faz o que pode. A esperança nunca morre, o otimismo sempre corre e o
bom caráter não explode.
A conscientização precisa, não vem da paixão explosiva, que
nos traz graves conseqüências. É aí que mora o perigo, a teimosia busca abrigo,
produzindo novas falências!
Na realidade o amor, quem gera esse bem propulsor, trabalha
para o bem comum. Paixão, esse, esse “amor” entre aspas, é uma fábrica de
raspas, que de bem nunca fez nenhum.
Pobre, rico ou remediado, todo o infeliz apaixonado, deixa
o perdão sempre de lado. Em desafio ao destino, o amor, eterno bem divino, fica
difícil de ser gerado. Os poderes vão se calando, os poluidores aumentando e
nos falta a humildade. Aí a paixão nos levou: Tudo o que era bom se acabou, somente
ficou a saudade.
O amor é doce e sereno, enquanto a paixão é o veneno, que
deixa a pessoa nervosa. Descarrega nas crianças, as crises e as vinganças, sem
ver o valor de uma rosa.
Qualquer paixão é contundente, deixa o ser humano doente,
ou valente e perturbador. Entre enormes desilusões, vão gerando as lamentações,
em cenário desolador.
O amor vê a realidade, há muitas ilusões e maldade, por
falta de escolaridade. Vantagem é ato maroto, há muito veneno no esgoto, aqui
ou em qualquer cidade.
Os rios pertencem ao povo, esse cenário não é novo e não
existe iniciativa. Continuamos esperando, nossas águas vão se esgotando e essa
poluição é nociva.
Há veneno por todo lado e ninguém fica sossegado, quando
chega de mala e cuia. Enquanto isso o Rio chita, com a água bendita, já polui o
Rio Avecúia.
E lá vai nosso piscoso, enquanto o homem presunçoso tem
mata-mato e formicida. Agrotóxicos rolam e fedem não se esquecem e sempre pedem
o chumbinho e o cupincida.
O centurião verde adorado, pra não ficar emprestado, tem
veneno a ser aplicado. Se a praga é um desafio, toda a chuva vai para o Rio e
ninguém é acionado.
É dever fazer proteção, curva de nível, contensão e também
manutenção. Há muita tecnologia, além de toda letargia, do velho engodo e da
paixão.
Para cada mal que se enfrenta, seja do bem a ferramenta,
porque, seja lá como for, queremos dizer que na vida, cada um com a sua lida,
pode e deve falar de amor.
Governantes em comitiva, com uma maratona decisiva, entrem
com amor na parada. Aí está a grande arte, cada um fazer a sua parte, ou a vida
não vale nada.
Toda a pessoa responsável, deve sentir que é viável,
colaborar nessa empreitada. Copa do mundo vem aí, Salto tem o Rio Jundiaí e nós
temos o Sorocaba. Rios e riachos fedidos, poderão ser mais defendidos, ou vamos
de mal a pior. Ou prezamos a natureza, ou a grande correnteza, é do mal que
fica ao redor.
Se tudo escorre ou se esclarece, fazemos então uma prece,
com elevada intenção. O domínio do mal termina, quando o amor nos ilumina, bem
no fundo do coração.
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