quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Perfeição (por Carlos Sergio de Oliveira)


Perfeição
(por Carlos Sergio de Oliveira)




Hoje sou um visitante deste seu coração.
Sei que deve haver algo além
Destes seus olhos tristonhos e arredios
Que não aceitam a minha presença.
Alguma vez fomos amigos,
Noutras nos amamos como jovens que éramos
E hoje há uma estranheza tão natural em nosso olhar.
Parece que brotou a indiferença onde semeamos juras de amor.
Não sei se fui eu ou se foi você quem errou,
Mas isso não importa,
Pois parece que algumas coisas nascem para não vingar,
E se vingam não duram ,
E se duram não deixam saudade,
E se deixam saudade 
São logo esquecidas,
E se esquecidas

Morrem.

Isso!
Talvez seja isso.
Nosso amor morreu.
Jaz agora naquela montoeira de coisas que ele significou.
Nosso amor está lá
No cheiro que faz lembrar,
Na lembrança que faz chorar,
No choro que faz escrever cartas,
Nas cartas que são de verdade
E provam que ele existiu.


Será que ele existe 
Então em alguma destas missivas?
Se esse amor transcendeu nossas almas
E fez eterno no lapso de nossa existência
Poderemos ressuscitá-lo.


Melhor não!
Achas-me tão chato.
Não sei se te gosto.
Somos dois imperfeitos.
Não.
Não diga nada.
Também calar-me-ei.
Fiquemos emudecidos
Enquanto o silêncio faz sua argumentação
Nossos olhares se cruzam
E  o amor volta a estar.

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