AMALDIÇOADO
OU
ABENÇOADO:
O VENTO
(por Maristela Rodrigues)
Certo dia, a bisavó minha
Ao fazer café dizia:
“Maldito vento!”...
“Não posso acender meu fogão à lenha a contento”
Como era quase cega, usava de outros sentidos e sentimentos
Para fazer seu café, também dependia
De ter ou não ter: o vento.
Quando conseguiu acender então a lenha,
Passou seu café e com desdenha,
Derrubou o líquido, ainda quente
E disse muito contente:
“Bendito vento!...
Não fosses tu, teria me queimado
Com meu ato “desatento”
Nesse exato momento é que digo:
És tu vento que vem e que vai,
Que leva e que traz,
Que manda e desmanda na vida
Com seu movimento capaz...
Vento, vento, vento, vento...
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