sexta-feira, 27 de julho de 2012

Asas (por Najla Aline Tirabassi – Cerquilho)


Asas
(por Najla Aline Tirabassi, “Naná” - Cerquilho)
- Texto escrito em 16/11/2010 -



Não sei o sentido de às vezes estar sem sentido.
Tampouco descobri o quão confuso é não saber o que sentir.
Penso tanto que por vezes cego-me, ensurdeço-me... perco-me no pensar.
Tais pensamentos me pesam, tantas reflexões e introspecções aturdem-me.
Refugio-me na evasão. Menosprezo os clichês, os modismos.
Repugno contra as desordens do meu entorno, mas envolvo-me em demasia
nas causas.
Minha cura é improvável.
Sou inconstante, imprevisível, alguns me chamam de insana.
Não consigo ser outra.
Sou eu mesma, sem máscaras. Impudica, intempestiva, introspectiva.
Perda de tempo julgar-me ou decifrar-me.
Eu sou eu.
Vôo com o vento que emana em meu “eu”.
Não tenho medo do escuro.
Geralmente levo meus anseios para passearem à noite.
Talvez tenha receio da clareza do dia. Não sei bem ao certo o porquê.
Aliás, eu não sei nada!
Sou um verso sem rima,
Com sentimentos disformes,
Ou conceitos malucos.
Não gosto de promessas ou juras.
Acho que nasci pra ser livre.
Não gosto de regras, tantas, e muitas, e dispensáveis.
Quero ser livre e estar livre dentro de mim.
Se eu me alegrar, não me importo se tentarem me fazer cessar.
Cultivo o que penso, o que sinto não o que dizem.
Minhas asas me regem.
Sigo os ventos da minha intuição!

~v~

Um comentário:

  1. As dúvidas de uma jovem poeta, que sente que tem força mais ainda não confia nela. Sente que tem poesia no coração mas teme declamá-la.
    Só me vem à cabeça o discurso do Nelson Mandela (citando a escritora Marianne Williamson):

    “Nosso maior medo não é sermos inadequados. Nosso maior medo é não saber que nós somos poderosos, além do que podemos imaginar.
    É a nossa luz, não nossa escuridão, que mais nos assusta. Nós nos perguntamos: “Quem sou eu para ser brilhante, lindo, talentoso, fabuloso?”.
    Na verdade, quem é você para não ser? Você é um filho de Deus.
    Você, pensando pequeno, não ajuda o mundo. Não há nenhuma bondade em você se diminuir, recuar para que os outros não se sintam inseguros ao seu redor.
    Todos nós fomos feitos para brilhar, como as crianças brilham. Nós nascemos para manifestar a glória de Deus dentro de nós. Isso não ocorre somente em alguns de nós; mas em todos.
    Enquanto permitimos que nossa luz brilhe, nós, inconscientemente, damos permissão a outros para fazerem o mesmo.
    Quando nós nos libertamos do nosso próprio medo, nossa presença automaticamente libertará outros.”

    Mais umas participações em saraus e a Najla vai brilhar a ponto de ofuscar.

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