O Amável Amor Dos Amadores Amantes Da Arte
Ou
Obrigado Por Me Ouvirem
Por JEB (José Eduardo Bertoncello)
Esta é uma noite de
amadores.
Podemos entender que
o amador é aquele que começa do nada, contando apenas com seu amor pela arte.
Começa sem estudo, sem treino e sem experiência. Só com a vontade de fazer.
Para o amador, tentar
ser artista é como escalar uma pirâmide. Não uma montanha, vejam bem, pois não
é uma briga solitária contra a natureza que ele realiza. O amador tenta subir
escalando pela cultura construída ao longo de séculos por feras das artes. Uma
pirâmide erguida pelo trabalho de mestres ao longo de gerações. Ele não
consegue deixar de ver o quanto já fizeram melhor que ele.
Não é fácil oferecer
seus rascunhos inseguros para um mundo que tem Shakespeare, Vinícius De Moraes
e outros tantos monstros sagrados.
Mas o amador tem
vontade de fazer.
O amador quer as
luzes também. E falo tanto dos fachos dos holofotes (oportunidade de se
apresentar) quanto do brilho dos olhos da platéia (atenção dos amigos). E o
amador também quer ouvir o som de seus aplausos, e ele os merece. Pois, se as
palmas não soarem como rojões que comemoram seu gênio, parecerão como aquele
"tap! tap!" do amistoso tapinha nas costas, dizendo "Você fez o
seu melhor! Parabéns por isso, cara!"
Então, àqueles que optaram
pelo Sarau para animar essa noite, pedimos que sejam amorosos com os que se
apresentarem. Perdoem o nervosismo que aparecerá nos passos receosos de virem até a frente, nas mãos trêmulas que
são escondidas nos bolsos, nos olhares que miram o chão ou algum ponto sem
espectador. É aquela pedra no caminho chamada timidez.
Tenham a certeza de
que quem se apresenta está fazendo seu melhor. Mais que isso, percebam: está
dando o seu melhor para vocês da platéia! Está presenteando-os.
É uma honra isso.
Para os dois.
Então,
curtam a noite, percebendo o amor e dando amor. Ouvindo.
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