sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Casulo (por Nilson Araujo)

Casulo

(por Nilson Araujo)




De repente tudo se aquietou

Levou suas mãos aos ouvidos
E sentiu-se confortavelmente envolvida



Tocou-lhe o rosto um leve carinho
E repousou-se tão fino como pluma
Por um instante a paz


Por um minuto o silêncio

Ao suspirar faltou-lhe o ar

E um frio correu a espinha



Sentiu a cruz nas mãos
E agarrou fortemente o terço
Buscou a sanidade



Mas o espaço era limitado

Rasgou-lhe os lábios o grito

E as unhas o peito feriu



Tentou se acalmar

E uma aranha tocou-lhe as pernas

Ao levantar-se da cama

Deu de cara com o fundo da tampa

E o cobertor de crisântemo se desfez

Nenhum comentário:

Postar um comentário