Casulo
(por Nilson Araujo)
De repente tudo se aquietou
Levou suas mãos aos ouvidos
E sentiu-se confortavelmente envolvida
Tocou-lhe o rosto um leve carinho
E repousou-se tão fino como pluma
Por um instante a paz
Por um minuto o silêncio
Ao suspirar faltou-lhe o ar
E um frio correu a espinha
Sentiu a cruz nas mãos
E agarrou fortemente o terço
Buscou a sanidadeMas o espaço era limitado
Rasgou-lhe os lábios o grito
E as unhas o peito feriu
Tentou se acalmar
E uma aranha tocou-lhe as pernas
Ao levantar-se da cama
Deu de cara com o fundo da tampa
E o cobertor de crisântemo se desfez
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